Thiago Pethit deu uma entrevista para o site Deepbeep e fez um mixtape com músicas que não saem da sua cabeça. Confira a entrevista:
Você era ator antes de assumir a carreira de músico. Como foi essa transição? Quando o Pethit ator deixou o músico ganhar o papel principal?A transição aconteceu quando eu, depois de quase 10 anos muito precocemente trabalhando como ator, fui convidado para dirigir um show de cabaré de 2 amigos músicos. Entre criar atos, cenários, cortinase figurinos, acabei virando um personagem e participando de algumas músicas. Minha crise com atuação já havia começado e por isso repensei os caminhos. Mas ainda estava incerto de que seria a música. Sabia que não era mais o teatro. Tentei estudar literatura, mas a música foi me chamando até eu decidir abraçar a ideia.
O seu trabalho é bastente pessoal, com letras que falam muito sobre suas experiências e seu modo de sentir o mundo. Não dá medo de se expor tanto assim? E quando as críticas surgem, você consegue separar do lado pessoal?
Sim, dá muito medo as vezes. Mas compensa bastante também. É muito catártico, de certa forma. Justamente por ser tão pessoal, quando a música passa a existir e corre pro ouvido de outras pessoas, que se identificam e de repente estão cantando junto, aos berros, no meio de um show, é como se aquela historinha que vivi, tão isoladamente, não fosse só minha. E nem de ninguém. É do mundo. Toda a história muito legítima e pessoal tem esse valor de identificação. Já com as críticas é diferente a relação. Eu, ao contrário de muitos amigos músicos, gosto muito de ler críticas. Eu acho que a crítica quando é bem feita, sempre diz mais sobre o crítico do que sobre a obra que está sendo criticada. Não é sobre mim, é sobre o que o cara sentiu, entendeu ou não entendeu. Como ele vê o mundo. E meu trabalho é outra coisa. Mas se a crítica quer dizer sobre mim, algo que me fere pessoalmente é porque provavelmente o crítico também a escreveu como um ataque pessoal. Daí nem me interesso.
Você viveu um ano em Buenos Aires estudando canto e composição de Tango. O que te levou a escolher exatamente o país Argentino e sua música?
Fui para Buenos Aires, justamente naquele momento em que eu só sabia que não queria mais trabalhar com teatro. Foi uma tentativa de fugir para a literatura e eu sempre considerei a literatura Argentina, como a melhor da America Latina: Borges, Cortazar, Pizarnik… O que aconteceu por lá foi que quando cheguei, descobri um conservatório de música e achei que não seria mau continuar a estudar isso, enquanto testava a literatura. Mas abandonei o curso de letras em 3 meses e passei o ano estudando canto.
Os seus clipes tem sempre uma qualidade estética impecável e uma poesia e sutileza que casam perfeitamente com o clima e movimento das músicas. Você participa da concepção desses vídeos? E o quão importante é a imagem nas suas composições?É algo que eu aprendi quando fiz teatro. Eu sempre acreditei muito em construir conceitos. Eu gosto disso, de ter uma linguagem que seja muito própria e minha, como criar um ‘mundo à parte’ onde eu dialogo com os outros mundos. Os clipes, a capa do meu disco, as escolhas são todas estéticas. E isso tudo é formação de linguagem e comunicação. Tudo que eu faço, tenho a preocupação de dar mais pistas sobre quem eu sou, sobre como eu penso, como é a minha cabeça e o no que eu acredito. A imagem é só mais uma forma de amarrar tudo.
Você faz cover de Lady Gaga em alguns shows, fez recentemente duas versões de Bowie e Dylan para uma revista online. Como é transformar sucessos de ídolos para a sua linguagem e estilo?
Eu sou muito mais fã de Dylan e Bowie, principalmente, do que da Gaga. Isso é certo. Mas eu me diverto mesmo, refazendo ‘Bad Romance’ ou outra música de qualquer outro artista com o qual eu me sinto muito pouco identificado. Eu preciso gostar da música, obviamente, mas sinto que uma ‘versão’ é a forma mais fácil de convidar o ouvinte ao meu universo. Pois ele já conhece aquilo e ele vai descobrir o que é aquilo pra mim, como eu e aquilo nos encaixamos. A liguagem fica super explicitada. Adora isso. Gosto mais do que refazer os clássicos que eu amo e me formaram culturalmente. Até porque, esses que eu amo, eu não mexeria neles. Prefiro fazer um ‘cover’ simplesmente e com medo de não ser bom como o orginal.
O que você está escutando ultimamente?
Banda Uó, Charlotte Gainsbourg, Lykke Li, Rapture e Cida Moreira.
Confira a mixtape:
01. Banda Uó – O Gosto Amargo do Perfume
02. Thiago Pethit - Nightwalker
03. Cida Moreira – Soul Love
04. The Rapture - How Deep Is Your Love
05. Lykke Ly – I Follow River Remix by The Magician
06. Yelle – Que Veux-Tu
07. Mika – Elle me dit
08. CSS – City Grrrrl
09. Thiago Pethit – So Long, New Love
10. TYP – D.I.S.C.O.
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