
Thiago Pethit é fofo, talentoso, engraçado e carismático. Ele conversou com so vast is art minutos antes de subir ao palco do auditório do MIS para a sua apresentação no NOVA.
Como você descreveria o mood do seu som?
Eu costumo falar que eu faço Pop Contemporâneo. Acho que depois dos anos 2000 ficou muito difícil entender a fronteira que separa os estilos musicais. Eu acho que essas fronterias se perderam e tudo virou o que a gente chama de pop. Eu sinto que meu som engloba diversos estilos mas que tem principalmente essa característica de “não-fronteira”. É um som que não está preso a limites de estilo. É um som que dialoga com muitas coisas que aconteceram no séc. XX e que ganhou uma releitura, essa cara de música pop contemporânea.
O que te inspira?
Muita coisa, desde filmes…minha própria vida na hora de escrever as letras, às vezes sonhos que eu tive ou espetáculos de teatro; coisas de cabaré, músicos que trabalharam com cabaré ou com o conceito de cabaré de algum jeito. Tom Waits, Cida Moreira…tanta coisa!
Você preparou algo especial para o NOVA?
Como já faz dois anos que eu lancei o meu disco – Berlim Texas – e eu estou num processo de começar um próximo trabalho, eu decidi trazer umas novidades que estou trabalhando no momento, achei que seria legal já que esse show apareceu no meio desse processo. Essa é a grande novidade para hoje, têm várias músicas inéditas, todas elas com uma nova cara. Tentei arranjar as músicas inéditas para apresentar para o público do NOVA.
O que você mais gosta de trabalhar com música?
São várias coisas. Acho que a liberdade talvez…eu acho que trabalhar com música é algo muito libertário, no sentido de criação mesmo; porque me permite trabalhar justamente com essa idéia da não fronteira. A música me permite trabalhar com uma linguagem muito contemporânea. Talvez de todas as artes, a música seja a que mais conseguiu se encaixar numa linguagem contemporânea justamente porquê trata de sentimentos, não é racional e emoções não têm muita fronteira mesmo. Então eu acho que na hora criar é muito libertário e na hora lançar também. A forma caótica como o mercado musical funciona hoje em dia, não temos mais controle sobre nada, as músicas vazam e vão parar na Suécia, sei lá onde! É isso o que eu mais gosto na verdade, essa não fronteira, a coisa ultrapassa muitos limites e sem necessariamente ser planejado.
Como artista, você prefere trabalhar sozinho ou fazer colaborações?
Eu gosto muito de começar sozinho. Mesmo porque eu sinto que o meu trabalho – e a minha grande vontade – é sempre de querer colocar coisas para fora, coisas muito pessoais… Não necessariamente isso aparece nas letras, às vezes são vontades estéticas. Então entra aí um desejo muito pessoal, mas eu sempre preciso do outro também pra chegar onde quero. Eu gosto de um olhar de fora, eu sou muito movido por esse olhar. Então, gosto tanto de trabalhar sozinho ou com alguém, na verdade são duas coisas complementares pra mim. Sempre começo sozinho e acabo com alguém olhando de fora e me dando algo a mais. Parceria é bom pra isso. Contribui muito para o processo, eu tenho muita facilidade de assimilar as coisas pra mim, e quando eu acho pessoas legais pra trabalhar eu gosto de aprender alguma coisa dessa relação.
Como começa o seu processo criativo?
Meu processo criativo é muito caótico (risos). Começa sem eu perceber que já começou. De repente um dia eu me dou conta de que eu quero muito fazer alguma uma coisa. Por exemplo, ano passado eu passei um período muito difícil no segundo semestre e no fundo aquilo já era o meu processo, eu só não estava me dando conta. Eu queria parar tudo, nunca mais fazer música na vida! (risos) E quando me dei conta isso já era o processo para o meu próximo trabalho, uma resposta para tudo aquilo que estava sentindo. Meu processo é super caótico! Quando me dou conta já existe uma linguagem para uma música nova, uma melodia que já surgiu sem eu perceber…
O que está tocando no sei iPod no momento?
Lana Del Rey! Estou viciado! (risos) Só isso mesmo.
Texto Juliana D Chohfi
Foto Giselle Galvão
Nenhum comentário:
Postar um comentário